Fazer a redução do estômago pelo SUS está mais fácil e rápido
Tempo de espera entre a chegada na rede básica e a consulta no Hospital das Clínicas é de apenas dois meses
Uma boa notícia para quem tem obesidade severa: a cirurgia bariátrica ou de redução do estômago pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ficou mais rápida para pacientes de Ribeirão Preto e região.
Hoje, o tempo de espera entre dar entrada na rede básica de saúde e conseguir consulta inicial no HC (Hospital das Clínicas) é de dois meses, segundo a coordenação do serviço de cirurgia bariátrica do hospital.
O coordenador do serviço, Wilson Salgado Júnior, explica que a curta espera não é por falta de pacientes obesos.
“O fato é que acabamos aproveitando apenas de 10% a 15% dos pacientes que são colocados na fila, pois a grande maioria não possui critérios de indicação para cirurgia bariátrica, principalmente o tratamento clínico prévio para perder peso”, esclarece.
Segundo ele, a preparação do paciente para a cirurgia bariátrica envolve consultas com diversos especialistas, vários exames, reuniões de conscientização e perda de peso de pelo menos 10%, com o objetivo de diminuir as complicações e a mortalidade pós-operatória.
Hoje há dez pacientes prontos para serem submetidos à cirurgia bariátrica no HC de Ribeirão. A previsão é que eles devem ser operados durante os próximos 40 dias – o hospital tem capacidade para operar dois pacientes por semana.
Outros 80 pacientes obesos estão sendo tratados no HC ainda em fases anteriores à cirurgia de redução de estômago – perdendo peso antes da operação ou realizando exames e consultas.
“A cirurgia não é milagrosa nem isenta de risco, portanto só pode ser operado quem realmente estiver preparado. Esse preparo pode demorar até seis meses”, esclarece.
Salgado Júnior destaca que a cirurgia bariátrica deve ser vista como a última opção, para aqueles pacientes que já tentaram tudo para perder peso. “Se o paciente não se adequar ao perfil para ser operado, durante o preparo ele pode ter alta”.
Não foi o que aconteceu com a dona de casa Juliana de Aguiar, 34 anos, submetida à operação de redução de estômago em fevereiro de 2015. “Sem contar as dietas, tentei sete tratamentos com remédios para tentar emagrecer, mas nenhum deu certo”, relembra a paciente.
Com o objetivo de desfazer mitos a respeito da cirurgia, Juliana começou a compartilhar informações com pacientes pelo Facebook logo após ser operada.
Juliana compartilha experiência
A dona de casa Juliana de Aguiar, 34, resolveu compartilhar sua experiência de ter feito a cirurgia de redução de estômago logo após ser operada, em fevereiro de 2015, e começou a postar vídeos em um grupo do Facebook para pacientes prestes a fazer a operação.
“Resolvi fazer isso porque antes de eu operar ouvi muita coisa, que eu iria morrer, sentir dor, não comer nada depois, e nada disso aconteceu”, resume Juliana, que perdeu mais de 53 quilos após a cirurgia – pesava 116 kg e hoje está com 63 kg.
Juliana destaca que os vídeos feitos por ela visam convencer os pacientes de que cada um deles terá uma resposta diferente perante a cirurgia, não é possível padronizar. “Eu, logo após a cirurgia, tomei banho sozinha, enquanto outra paciente chorava de dor.”
Sem contar as dietas que fez durante a vida, Juliana diz ter tentado sete tratamentos com remédios para tentar emagrecer antes de se submeter à cirurgia – todos malsucedidos.
“Engordei depois que minha filha caçula, hoje com 7 anos, nasceu. Não conseguia me sentar no chão para brincar com ela e andava uma quadra e quase morria. Tinha que tomar até quatro banhos por dia porque suava muito. Era hipertensa e tinha apneia do sono gravíssima, não dormia direito.”
Tempo de espera entre a chegada na rede básica e a consulta no Hospital das Clínicas é de apenas dois meses
Uma boa notícia para quem tem obesidade severa: a cirurgia bariátrica ou de redução do estômago pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ficou mais rápida para pacientes de Ribeirão Preto e região.
Hoje, o tempo de espera entre dar entrada na rede básica de saúde e conseguir consulta inicial no HC (Hospital das Clínicas) é de dois meses, segundo a coordenação do serviço de cirurgia bariátrica do hospital.
Hoje, o tempo de espera entre dar entrada na rede básica de saúde e conseguir consulta inicial no HC (Hospital das Clínicas) é de dois meses, segundo a coordenação do serviço de cirurgia bariátrica do hospital.
O coordenador do serviço, Wilson Salgado Júnior, explica que a curta espera não é por falta de pacientes obesos.
“O fato é que acabamos aproveitando apenas de 10% a 15% dos pacientes que são colocados na fila, pois a grande maioria não possui critérios de indicação para cirurgia bariátrica, principalmente o tratamento clínico prévio para perder peso”, esclarece.
Segundo ele, a preparação do paciente para a cirurgia bariátrica envolve consultas com diversos especialistas, vários exames, reuniões de conscientização e perda de peso de pelo menos 10%, com o objetivo de diminuir as complicações e a mortalidade pós-operatória.
Hoje há dez pacientes prontos para serem submetidos à cirurgia bariátrica no HC de Ribeirão. A previsão é que eles devem ser operados durante os próximos 40 dias – o hospital tem capacidade para operar dois pacientes por semana.
Outros 80 pacientes obesos estão sendo tratados no HC ainda em fases anteriores à cirurgia de redução de estômago – perdendo peso antes da operação ou realizando exames e consultas.
“A cirurgia não é milagrosa nem isenta de risco, portanto só pode ser operado quem realmente estiver preparado. Esse preparo pode demorar até seis meses”, esclarece.
Salgado Júnior destaca que a cirurgia bariátrica deve ser vista como a última opção, para aqueles pacientes que já tentaram tudo para perder peso. “Se o paciente não se adequar ao perfil para ser operado, durante o preparo ele pode ter alta”.
Não foi o que aconteceu com a dona de casa Juliana de Aguiar, 34 anos, submetida à operação de redução de estômago em fevereiro de 2015. “Sem contar as dietas, tentei sete tratamentos com remédios para tentar emagrecer, mas nenhum deu certo”, relembra a paciente.
Com o objetivo de desfazer mitos a respeito da cirurgia, Juliana começou a compartilhar informações com pacientes pelo Facebook logo após ser operada.
Juliana compartilha experiência
A dona de casa Juliana de Aguiar, 34, resolveu compartilhar sua experiência de ter feito a cirurgia de redução de estômago logo após ser operada, em fevereiro de 2015, e começou a postar vídeos em um grupo do Facebook para pacientes prestes a fazer a operação.
“Resolvi fazer isso porque antes de eu operar ouvi muita coisa, que eu iria morrer, sentir dor, não comer nada depois, e nada disso aconteceu”, resume Juliana, que perdeu mais de 53 quilos após a cirurgia – pesava 116 kg e hoje está com 63 kg.
Juliana destaca que os vídeos feitos por ela visam convencer os pacientes de que cada um deles terá uma resposta diferente perante a cirurgia, não é possível padronizar. “Eu, logo após a cirurgia, tomei banho sozinha, enquanto outra paciente chorava de dor.”
Sem contar as dietas que fez durante a vida, Juliana diz ter tentado sete tratamentos com remédios para tentar emagrecer antes de se submeter à cirurgia – todos malsucedidos.
“Engordei depois que minha filha caçula, hoje com 7 anos, nasceu. Não conseguia me sentar no chão para brincar com ela e andava uma quadra e quase morria. Tinha que tomar até quatro banhos por dia porque suava muito. Era hipertensa e tinha apneia do sono gravíssima, não dormia direito.”
Cinco fatos que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica no SUS
Qual é o primeiro passo para quem deseja fazer a cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS)?
A cirurgia bariátrica deve ser considerada o último recurso para quem luta contra a obesidade. A intervenção cirúrgica é parte do tratamento integral da doença, mas que prioritariamente aborda a promoção da saúde e no cuidado clínico.
Para ser um paciente com indicação para a cirurgia, ele não deve ter respondido ao tratamento clínico. Ou seja, recebeu orientação e apoio para mudança de hábitos, realizou dieta, teve atenção psicológica, realizou atividade física e, em alguns casos, fez uso de medicamentos por, no mínimo, dois anos.
Esgotadas as possibilidades de tratamento clínico (medidas comportamentais e medicamentos), o paciente poderá ser avaliado para fazer a cirurgia bariátrica.
Confirmada a indicação da cirurgia, ele irá para o preparo pré-operatório, que inclui acompanhamento psicológico, nutricional e avaliação médica com especialistas, de acordo com a necessidade e avaliação da equipe multidisciplinar.
Dados do Ministério da Saúde mostram que houve um aumento no número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS entre 2010 e 2015 - o aumento foi de 4.489 para 7.530 procedimentos.
Há alguma restrição de idade?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a classificação do excesso de peso e da obesidade baseada no índice de massa corporal (lMC) para adultos de ambos os sexos. O lMC é obtido por meio da divisão do peso (quilogramas) pelo quadrado da altura (metros).
Pessoas com lMC de 25 a 29,9 kg/m² foram classificados como acima do peso ideal ou sobrepeso, já que o ponto de corte para a definição de obesidade é lMC≥ 30 kg/m². Quando este índice é igual ou superior a 40 kg/m², a obesidade é denominada mórbida ou grave, o que corresponde aproximadamente a 45 kg acima do peso ideal. O termo super obeso é usado para designar os pacientes com lMC≥ 50 kg/m².
Podem realizar o tratamento cirúrgico, segundo protocolo do Ministério da Saúde:
a. Pessoas que apresentem IMC ≥50 Kg/m2;
b. Pessoas que apresentem IMC ≥40 Kg/m², com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos.
c. Indivíduos com IMC > 35 kg/m2 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, Diabetes Mellitus e/ou Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico.
d. Nos jovens entre 16 e 18 anos, a cirurgia poderá ser indicada após avaliação de dois profissionais para que seja analisada a fase de crescimento.
A cirurgia bariátrica está disponível em todos os estados?
Atualmente, o SUS conta com 75 hospitais habilitados para atendimentodas pessoas com obesidade, em 21 estados: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
O paciente que precisar da cirurgia onde não há oferta do tratamento poderá receber um encaminhamento para outro estado, através da Central Nacional, que irá encaminhá-lo para o hospital habilitado.
Por que é importante envolver outros profissionais de saúde no processo que antecede a cirurgia (psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta)?
A obesidade é uma doença que envolve vários fatores e, por isso, seu tratamento necessita de uma equipe multiprofissional. É importante lembrar que a participação de uma equipe multiprofissional integrada é fundamental para compreender o indivíduo em sua totalidade. As orientações nutricionais são essenciais, uma parte essencial do tratamento, pois direcionam as escolhas alimentares do paciente. O tratamento psicológico é fundamental para cuidar do paciente por dentro e por fora. A atividade física é considerada parte integral da perda e manutenção do peso.
Fazem parte da equipe:
a) Médico especialista em cirurgia geral ou cirurgia do aparelho digestivo;
b) Nutricionista;
c) Psicólogo ou Psiquiatra;
d) Clínico geral ou endocrinologista.
No suporte dessa equipe ainda poderão contribuir, parte da equipe do hospital, os seguintes profissionais:
a) Clínico geral, cardiologista, pneumologista, endocrinologista, angiologista/cirurgião vascular e cirurgião plástico;
b) Anestesiologista;
c) Equipe de Enfermagem;
d) Assistente Social,
e) Fisioterapeuta.
Há alguma contraindicação à cirurgia?
Alguns pacientes, mesmo estando dentro dos critérios mencionados, podem apresentar situações específicas que devem ser avaliadas - o que pode ser motivo de contraindicação ao tratamento. Seguem algumas restrições:
1. Adolescentes: só podem ser operados pacientes com mais de 16 anos. Mesmo assim, pacientes que tenham entre 16 e 18 anos necessitam de avaliação clínica e psicológica especial, consentimento da família e aprovação de comissão de ética do hospital aonde será feita a cirurgia.
2. Idosos com mais de 65 anos: esses pacientes necessitam avaliação pré-operatória especial, de preferência com médico geriatra, para avaliação dos benefícios da cirurgia.
3. Pacientes com antecedentes de doença psiquiátrica, alcoolismo ou uso de drogas: esses pacientes necessitam de avaliação psiquiátrica detalhada para se estabelecer o controle ou não de doenças psiquiátricas pré-existentes e do vício.
4. Pacientes com cirurgias abdominais prévias: pode dificultar a realização da cirurgia e deve ser avaliado pelo cirurgião.
5. Portadores de doenças crônicas (anemia, insuficiência renal, doenças do fígado, doenças endócrinas entre outras): embora não se constituam em contraindicações absolutas, podem aumentar o risco cirúrgico ou interferir na escolha da técnica que será empregada.
Vale destacar: Em situações consideradas extremas, a exigência de dois anos de tentativa de tratamento clínico para indicação cirúrgica pode ser extinta. É o caso dos pacientes super obesos, ou seja, que têm IMC superior a 50 Kg/m².
No entanto, esta situação não exime o paciente de passar por todas as fases de avaliação pré-operatória, essenciais para a segurança e sucesso do tratamento e obrigatória para todos os pacientes, que incluem: avaliação clínica com endocrinologista e cardiologista, avaliação nutricional, avaliação psiquiátrica ou psicológica.
Gabi Kopko, para o Blog da Saúde
SUS passa a oferecer cirurgia bariátrica por videolaparoscopia
Técnica é menos invasiva do que cirurgia aberta. SUS também terá disponível nova terapia para tratar varizes.
Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, técnica menos invasiva em comparação à cirurgia aberta. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (1º).
Na cirurgia aberta, o médico faz um corte de 10 a 20 cm no abdômen do paciente. Já na videolaparoscopia, são feitas de quatro a sete mini-incisões de 0,5 a 1,2 cm cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. A taxa de mortalidade média da cirurgia videolaparoscópica é menor do que a da cirurgia aberta, segundo informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
A recomendação da inclusão do procedimento tinha sido feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) em relatório de novembro de 2016.
"A evidência atualmente disponível sobre eficácia e segurança do procedimento de gastroplastia com derivação intestinal em Y-de-Roux por laparoscopia para tratamento da obesidade grave e mórbida é baseada em revisões sistemáticas, estudos clínicos controlados e estudos observacionais", afirma o relatório.
O documento também observa que o aumento da escala de compras dos materiais usados na cirurgia bariátrica laparoscópica deve fazer com que o preço desses equipamentos diminua no Brasil.
No SUS, a cirurgia bariátrica é indicada para pessoas que apresentem o seguinte perfil:
- Com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 50
- Com IMC maior ou igual a 40, com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos
- Com IMC maior que 35 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico
Tratamento para varizes
O Ministério da Saúde também anunciou que o SUS passará a ter disponível uma nova técnica para tratar varizes. O chamado tratamento esclerosante estará disponível para tratamentos não-estéticos, ou seja, quando as varizes representarem um problema de saúde e não apenas uma questão estética.
A escleroterapia consiste em aplicar uma substância em forma de espuma diretamente nas varizes, até que elas desapareçam. Trata-se de uma alternativa menos invasiva ao tratamento cirúrgico para varizes.
Veja algumas das técnicas de cirurgia bariátrica:
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