quarta-feira, 31 de maio de 2017

PEDRA NA VESÍCULA – SINTOMAS, CAUSAS E CIRURGIA

PEDRA NA VESÍCULA – SINTOMAS, CAUSAS E CIRURGIA

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A colecistite é a inflamação da vesícula biliar que ocorre normalmente após obstrução da mesma por um cálculo.


A vesícula biliar é uma pequena bolsa em forma de pera, localizada no quadrante superior direito do abdômen, logo abaixo do fígado. Colelitíase é o nome que damos à presença de pedras dentro da vesícula, uma condição que pode ser assintomática em alguns casos, mas pode também provocar intensa dor abdominal se houver inflamação da vesícula.
Neste texto vamos abordar as seguintes questões sobre a vesícula:

PARA QUE SERVE A VESÍCULA?

A vesícula é uma pequena bolsa localizada abaixo do fígado, cuja principal função é armazenar a bile, um líquido amarelo-esverdeado, rico em colesterol, pigmentos e bicarbonato, produzido pelo próprio fígado. A bile é uma substância que auxilia na digestão das gorduras da alimentação.

COMO AGE A BILE?

A bile, após sua produção pelas células do fígado, é escoada pelos ductos hepáticos até as vias biliares, juntando-se a substâncias produzidas no pâncreas, formando, assim, um suco de enzimas essencial para a digestão dos alimentos. Esta mistura é lançada no duodeno, onde irá encontrar com os alimentos recém saídos do estômago.
Como a bile é uma substância usada na digestão, não há necessidade de liberá-la para o duodeno quando não há comida saindo do estômago. Por isso, enquanto estamos de estômago vazio, a saída da via biliar fica fechada e toda a bile produzida é armazenada na vesícula biliar.
Portanto, quando estamos em jejum, a bile produzida pelo fígado fica sendo armazenada na vesícula. Quando comemos, a vesícula se contrai e expulsa a bile em direção às vias biliares, para que estas possam chegar ao duodeno.
A capacidade de armazenamento da vesícula é de mais ou menos 50 ml, o que não é muita coisa. A solução encontrada pelo organismo para suprir esta pequena capacidade de armazenamento foi concentrar ao máximo a bile para que ela, ao se dissolver no suco pancreático e aos alimentos, tenha uma ação muito potente. Para concentrar a bile, a vesícula começa a perder água, tornando-a cada vez mais espessa e muito mais forte do que a bile originalmente produzida pelo fígado.

COMO SURGEM AS PEDRAS NA VESÍCULA – COLELITÍASE?

O processo de concentração da bile na vesícula é feito de modo a torná-la mais espessa, porém, sem que a mesma se solidifique. As pedras na vesícula, chamadas de colelitíase ou cálculo biliar, surgem quando ocorre um desequilíbrio entre a quantidade de água e as substâncias presentes na bile. A pedra pode surgir quando a quantidade de água retirada da vesícula biliar for excessiva ou quando quantidade de substâncias na bile, como colesterol e pigmentos, estiver em quantidades exageradas, tornando-a saturada.

LAMA BILIAR

A lama biliar é um estágio logo antes da solidificação da bile. É uma bile gelatinosa, muito espessa. Na maioria dos casos a lama biliar não causa sintomas e acaba sendo eliminada normalmente pela vesícula. A lama biliar é um achado comum na vesícula de mulheres grávidas. O problema da lama é que ela é um grande fator de risco para formação dos cálculos biliares, principalmente aqueles formados por colesterol. O paciente que tem lama está a um passo de formar pedras.

FATORES DE RISCO PARA A COLELITÍASE

  • Idade: incomum em pessoas jovens, o risco de se desenvolver colelitíase (cálculo na vesícula) é 4x maior a partir dos 40 anos de idade.
  • Sexo: a pedra na vesícula é 3 vezes mais comuns em mulheres, provavelmente como resultado da ação do estrogênio sobre a bile. Após a menopausa, o risco de desenvolver pedras cai bastante, tornando-se semelhantes ao dos homens.
  • Gravidez: o excesso de estrogênio durante a gestação aumenta a saturação da bile.
  • Reposição hormonal: outro mecanismo em que o estrogênio está envolvido.
  • Obesidade: é o principal fator de risco em jovens, principalmente do sexo feminino (leia: OBESIDADE | Definições e consequências).
  • História familiar positiva: ter parentes de 1º grau com história de pedras na vesícula aumenta em 2x o risco.
  • Rápida perda de peso: grandes perdas de peso em pouco tempo ou dietas com muito baixa caloria também são fatores de risco e estão associados ao surgimento de lama biliar.
  • Diabetes (leia: DIABETES MELLITUS | Sintomas, tipos e diagnóstico).
  • Cirrose (leia: CIRROSE HEPÁTICA – Causas e Sintomas).
  • Jejum prolongado: quanto maior o tempo da bile na vesícula, mais desidratada ela fica e maior o risco de formação de pedras. Jejum prolongado também pode causar lama biliar.
  • Medicamentos: Ceftriaxona, anticoncepcionais e fibratos são drogas que aumentam o risco de formação de pedras na vesícula.
  • Sedentarismo.
  • Doença de Crohn (leia: ENTENDA A DOENÇA DE CROHN E A RETOCOLITE ULCERATIVA).
  • Anemia falciforme (leia: ANEMIA FALCIFORME | TRAÇO FALCIFORME).

SINTOMAS DE PEDRA NA VESÍCULA

A maioria das pessoas com pedras na vesícula não apresenta sintomas. As pedrinhas ficam lá dentro da vesícula, quietinhas, sem causar nenhum problema. Às vezes, são tão pequenas que saem junto da bile e acabam sendo eliminadas nas fezes, sem que o paciente tome ciência do fato.
Os sintomas começam a surgir quando a pedra torna-se maior que o orifício de saída da vesícula. Uma pedra grande pode ficar impactada na saída da vesícula biliar, impedindo a drenagem do restante da bile. Quando o paciente se alimenta, o estômago e o duodeno enviam sinais à vesícula avisando que está chegando comida, fazendo com que a mesma se contraia. O problema é que a saída está obstruída e a contração acaba gerando uma grande pressão dentro da vesícula, levando à típica dor da cólica biliar.
A cólica biliar é uma forte dor no lado direito do abdome, abaixo das costelas, que ocorre habitualmente após uma refeição. Quanto mais gordurosa for a alimentação, maior é o estímulo para contração da vesícula e, consequentemente, mais intensa é a cólica biliar. A dor em geral ocorre 1 hora após a refeição, momento em que o alimento começa a chegar ao duodeno. Depois que o alimento todo passa pelo duodeno, a vesícula relaxa, a pressão dentro dela diminui e a dor desaparece. A cólica biliar é, portanto, uma dor tipicamente associada à alimentação.
Em alguns casos o paciente apresenta múltiplos cálculos dentro da sua vesícula. Quanto maior o número de pedras, maior a chance de ocorrerem obstruções e sintomas.

COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS DO CÁLCULO BILIAR

Colecistite
A colecistite é a inflamação da vesícula biliar que ocorre normalmente após obstrução persistente da mesma por uma pedra. A vesícula obstruída fica mais susceptível a infecções e inflamações. Bactérias naturais dos intestinos, como E.coliEnterococoKlebsiella e Enterobacter, costumam infectar a bile que fica estagnada dentro da vesícula obstruída, levando ao quadro de colecistite infecciosa. A colecistite (inflamação da vesícula) é, portanto, uma complicação da colelitíase (pedra na vesícula).
Ao contrário da cólica biliar onde a dor é limitada e desaparece após o relaxamento da vesícula fora dos períodos de alimentação, na colecistite a vesícula torna-se permanentemente inflamada e a dor é constante, estando habitualmente associada a vômitos e febre. Na colecistite a dor também pode piorar com a alimentação, mas não desaparece por completo com o jejum.
Curiosamente, cerca de 10% dos pacientes com colecistite não apresentam evidências de pedras na vesícula, não havendo causa aparente para o surgimento da inflamação.
E quando a pedra fica presa nas vias biliares?
Além da cólica biliar e da colecistite, a pedra na vesícula pode causar ainda outro problema. Alguns cálculos são pequenos o suficiente para sair da vesícula, mas são maiores que o diâmetro das vias biliares, ficando impactado nas mesmas, sem conseguir chegar ao duodeno. A impactação de uma pedra nos ductos biliares também causa obstrução à passagem da bile. Este quadro se chama coledocolitíase.
Quando há obstrução apenas da vesícula, a bile armazenada fica estagnada, mas a bile que continua sendo produzida no fígado consegue ser normalmente escoada pelas vias biliares. Por outro lado, quando a pedra impacta na via biliar, nem a bile do fígado nem a bile da vesícula conseguem ultrapassar a barreira. Esta bile represada volta para o fígado e começa a ser absorvida pelo sangue, levando a um quadro chamado icterícia, que é a coloração amarelada da pele e dos olhos devido ao acumulo de bilirrubina (bile) no sangue e na pele. A icterícia também ocorre em outras doenças do fígado, como hepatite e cirrose (leia: ICTERÍCIA | Neonatal e adulto).
Um quadro ainda mais grave surge quando a bile obstruída é contaminada por alguma bactéria vinda dos intestinos. Assim como a bile estagnada na vesícula pode se infectar causando a colecistite, a bile estagnada nas vias biliares quando contaminada provoca um quadro chamado colangite. A colangite é uma infecção grave das vias biliares, uma situação que costuma levar à sepse e tem alta mortalidade (leia: SEPSE / CHOQUE SÉPTICO).
Pancreatite por cálculo biliar
Um terceiro modo de obstrução causado por uma cálculo biliar é a impactação da pedra na saída do ducto do pâncreas. Neste caso, a pedra impede a secreção das enzimas do pâncreas, levando a um quadro de pancreatite aguda (leia: PANCREATITE CRÔNICA E PANCREATITE AGUDA).

DIAGNÓSTICO DA PEDRA NA VESÍCULA

O exame inicial para o diagnóstico das doenças da vesícula e das vias biliares é a ultrassonografia. No paciente com dor abdominal o diagnóstico é feito em duas partes, primeiro identificamos a presença da(s) pedra(s) e depois tentamos saber se estas são a causa dos sintomas. Pedras na vesícula são muito comuns e nem toda dor abdominal pode ser atribuídas às mesmas. Muitas vezes o paciente tem uma gastrite, mas acaba culpando uma pedra assintomática pela sua dor. Tanto a cólica biliar quanto a colecistite possuem quadro clínico característico. Não basta achar uma pedra na vesícula para achar que o diagnóstico de qualquer dor abdominal estará feito (leia: DOR NA BARRIGA | DOR ABDOMINAL | Principais causas).
Exames como a cintilografia, ressonância magnética ou tomografia computadorizada podem ser úteis quando há dúvidas se existe inflamação ou não vesícula.

TRATAMENTO DA PEDRA NA VESÍCULA

Nos pacientes assintomáticos, que encontram uma pedra acidentalmente em exames de rotina, em geral, a conduta é expectante. Trabalhos mostram que menos de 15% das pessoas com pedras desenvolvem sintomas em um prazo de 10 anos. Além disso, a maioria dos pacientes que apresenta sintomas pelo cálculo biliar o fazem como cólica biliar, e não colecistite, colangite ou pancreatite. Portanto, a não ser que haja outros dados na história clínica, habitualmente não se leva à cirurgia pacientes com colelitíase assintomática.
Cirurgia de vesícula
Se o paciente apresenta sintomas da pedra, mesmo que somente cólicas biliares, a cirurgia está indicada. O tratamento mais comum nestes casos é a colecistectomia, retirada cirúrgica da vesícula. A colecistectomia pode ser feita por cirurgia tradicional ou por laparoscopia. Atualmente a cirurgia laparoscópica é a mais usada.
Nos casos de colangite, cálculos nas vias biliares ou pancreatite, o procedimento também é cirúrgico e visa a desobstrução das vias biliares. Após a desobstrução, retira-se também a vesícula no mesmo ato cirúrgico para evitar recorrências.
A vesícula é um órgão importante, mas não é vital. A maioria dos pacientes sem vesícula vive sem grandes problemas. Os principais sintomas que surgem após a retirada da vesícula são aumento dos gases e fezes mais amolecidas, principalmente após a ingestão de alimentos gordurosos.
Tratamento não cirúrgico do cálculo biliar
Nos pacientes com pedras predominantemente de colesterol e sem evidências de complicações, há a opção pelo tratamento com remédios. Existe uma substância chamada ácido ursodeoxicólico, ou ursodiol, que dissolve este tipo de cálculo. Através da tomografia computadorizada muitas vezes é possível avaliar a composição das pedras e indicar o tratamento com remédios. O tratamento com esta droga é bem lento e pode durar anos até dissolver totalmente a pedra. Se o paciente estiver tendo cólicas biliares, este tipo de tratamento não está indicado, pois ninguém vai manter o paciente com dor por tanto tempo.
Existe ainda a opção pelo tratamento com ondas de choque (litotripsia), semelhante ao feito com o cálculo renal.
O grande problema do tratamento não cirúrgico é a alta taxa de recorrência das pedras. Mais de 50% dos pacientes voltam a apresentar pedras em um intervalo de 5 anos.
Cálculos formados pelo uso do antibiótico ceftriaxona costumam desaparecer espontaneamente algumas semanas após a suspensão do medicamento.

PRINCIPAIS CAUSAS DE DOR NA BARRIGA – DOR ABDOMINAL

A dor abdominal é um dos sintomas mais comuns da prática médica, podendo ser causada por dezenas de doenças diferentes.

A maioria dos problemas nos órgão abdominais ou pélvicos causam uma dor difusa ou ao redor do centro do abdômen. As exceções são os problemas nos rins, na vesícula, nos ovários ou no apêndice que costumam ser mais lateralizados. 
As principais causas de dor no quadrante superior direito do abdômen são aquelas causadas pelo fígado e pela vesícula, com destaque para a cólica biliar, provocada por pedra na vesícula ou colecistite.
Colecistite e pedras na vesícula
A simples presença de pedras na vesícula, chamada de colelitíase, não costuma causar sintomas. A dor abdominal ocorre quando há uma obstrução do ducto de drenagem da vesícula biliar por uma dessas pedras. Se a obstrução for prolongada, surge a colecistite, inflamação da vesícula.
A dor da obstrução da vesícula é chamada de cólica biliar e costuma ser localizada no hipocôndrio direito e epigástrio; é tipicamente uma cólica que surge logo após a ingestão de alimentos gordurosos. A dor da cólica biliar pode irradiar-se para as costas e para o ombro direito.
A cólica biliar simples, sem colecistite, costuma surgir e ser mais forte nas primeiras 2 horas após a última refeição. Quando a dor surge junto com febre e vômitos, e não melhora com o passar das horas, normalmente é um indício da presença de uma colecistite.

TRATAMENTO DA PANCREATITE AGUDA

Se a causa da pancreatite aguda for obstrução por cálculos biliares, os mesmos devem ser retirados por via cirúrgica ou endoscópica. Como a recorrência da pancreatite aguda por cálculos biliares chega a 50%, o mais indicado é a remoção da vesícula, o que torna a formação de novos cálculos um evento incomum.

         5 sintomas de uma doença da vesícula biliar

Um funcionamento correto da vesícula biliar é fundamental para fazer bem o processo de digestão, já que nos ajuda a assimilar e queimar os alimentos gordurosos.



A vesícula biliar é um órgão muito pequeno. Muitas pessoas nem sabem que ela existe, mas é um elemento indispensável no nosso corpo: armazena a bílis e nos ajuda a fazer a digestão. Cabe destacar que costuma causar mais problemas nas mulheres, portanto vale a pena conhecer quais são os principais sintomas de uma doença na vesícula.

Qual a função da vesícula biliar?

  • Tem o formato de uma pera e é um órgão pequeno, situado na parte direita do nosso estômago, e bem debaixo do fígado. Trata-se de uma espécie de saco onde é armazenado a bílis que chega precisamente do fígado, além de ter um conduto que permite desembocá-lo no intestino delgado do trato digestivo.
  • Esta bílis que é armazenada pela vesícula é também indispensável para nos ajudar na digestão, atuando também como emulsificante de gorduras. Quer dizer, nos permite digeri-las e queimá-las.
  • É comum que as doenças deste órgão afete especialmente as mulheres que, por exemplo, tem algum problema de peso, ou que sofrem de alguma disfunção gastrointestinal, além de um nível alto de colesterol. Temos que levar isso em conta.
  • Outros aspectos que devem ser levados em conta são, obviamente, os cálculos biliares, principalmente doença da vesícula, além das infecções.

Sintomas de uma doença na vesícula biliar

1. Inchaços e gases

Problemas na vesícula biliar como enjoo e tontura podem indicar que algo está errado.

Preste atenção em como você se sente no meio da tarde, especialmente como duas horas depois de ter almoçado ou ter comido a refeição principal do dia. É o momento no qual a nossa digestão deve ter finalizado. Se você notar uma certa fraqueza, com enjoos e tontura, então o melhor é que se sente e coloque a mão no seu abdômen. Está duro? Arrota com facilidade?
Se além da má digestão você reparar que todos os dias sente tonturas e enjoos provavelmente há um problema na vesícula.

3. Dores pontuais nas costas, abdômen e no braço direito

É muito característico. Uma sensação de peso no abdômen, e uma dor que se estende tanto da parte direita das costas como no braço de esse mesmo lado. Temos que lembrar que a vesícula está situada no lado direito do abdômen e ao lado do fígado. Se se inflama, toda essa região será afetada, e a dor é muito particular. É preciso levar em conta que às vezes, por exemplo, a dor pode começar de repente e na forma de ataque como se fosse, por exemplo, um cálculo biliar. Uma dor intensa que pode durar 15 minutos, e em seguida desaparecer e voltar a aparecer, uma situação que pode se estender por até 15 horas. A dor pode piorar com a respiração.
Se a nossa doença biliar estiver muito avançada, e temos vários cálculos, a dor pode ser verdadeiramente severa, afetando inclusive nossas omoplatas.

Nós sabemos, não é nada agradável prestar atenção a nossas intimidades quando estamos no banheiro, mas garantimos que é imprescindível observar a tonalidade da urina para advertir possíveis doenças. No caso que a urina esteja muito branca, e que as fezes sejam muito cinzentas, sem muita cor e um pouco soltas, então isso está associado a um problema da vesícula biliar, devido exatamente a um baixo nível da bílis.
É normal que as pessoas com problemas na vesícula, sofram de numerosos episódios de diarreia. Devemos levar isso em conta.


Para tratar a pedra na vesícula as vezes é necessário a realização de uma cirurgia. Um sintoma que aponta problema na a vesícula é a forte dor no estômago. Quando se torna ainda mais aguda, é sentida também na região das últimas costelas à direita. O desconforto diminui e aumenta de intensidade, como uma cólica, e acaba irradiando pelo abdome superior e pelas costas. Depois acontecem os enjoos e o vômito. Esses são sintomas mais comuns da pedra na vesícula.
Esses foram os sintomas da dona de casa Fabiana Fillus, 49 anos, antes que ela saísse às pressas para o pronto-socorro mais próximo de sua casa. "Descobri que tinha pedra na vesícula quando tive uma dor insuportável e foi preciso sair correndo para ser medicada. Quando eu estava mais controlada, os médicos investigaram as causas mais prováveis que desencadearam aquela dor. Foi com uma ultrassonografia abdominal que o diagnóstico descartou problemas em outros órgãos e indicou a existência de cálculos na vesícula biliar", conta ela.
Segundo pesquisas, esse quadro doloroso não é incomum, já que de 10% a 20% das pessoas com idade entre 35 e 65 anos têm cálculos na vesícula. "A doença afeta mais a mulher, e algumas das possíveis causas são a síndrome plurimetabólica, descontrole hormonal em vários órgãos, aobesidade, o efeito sanfona, processo constante de ganho e perda de peso, a idade e a presença de diabetes", explica o infectologista e chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Olzon Monteiro da Silva.
Na maioria dos casos, as pedras são assintomáticas, e o paciente só vai saber que tem o distúrbio quando elas obstruem parcial ou totalmente as vias biliares, causando dor. "Tem que ter cuidado para não confundir problemas de fígado com vesícula. Geralmente, as pessoas acham que estão passando mal, com diarréia, dor de cabeça, enjoo e a pele e o branco dos olhos meio amarelados, porque o fígado não está cumprindo seu papel, mas, na realidade, este órgão causa poucos sintomas. O que acontece realmente é que a vesícula não está funcionando como deveria", esclarece Olzon.

Funções
De acordo com o gastroenterologista Vitório Luiz Kemp, de São Paulo, a vesícula biliar é um órgão pequeno, no formato de uma pêra, localizado embaixo do fígado. Ela é a responsável por armazenar a bile, um líquido esverdeado produzido pelo fígado que aumenta a solubilidade de gorduraspara o organismo absorver com mais facilidade as vitaminas provenientes dos alimentos e, ainda, facilita o trânsito intestinal. Funciona como um "sabão" do corpo, quebrando as gorduras que ficam presas no intestino. Depois dessa "limpeza", o que não vai ser aproveitado é jogado fora - neste caso, com as fezes.
"Sempre que se come alguma coisa, a vesícula é encarregada de jogar a bile, fazendo pequenas contrações, no duodeno, que é a primeira parte do intestino, para a digestão acontecer sem nenhum mal-estar. É lógico que em refeições pesadas, com gorduras em excesso, o trabalho vai ser bem maior. Mas se isso não for freqüente, a bile executa o trabalho direitinho. Isto é, quando não há uma pedrinha no caminho", diz Kemp.
Mas como essas pedras se formam? "Dentro da vesícula, estão concentrados gorduras e sais biliares. Se houver qualquer alteração nessa solução, começam a ser formados os cálculos, que podem ficar tranquilamente guardados ali por anos sem causar problemas. Dependendo do tamanho, eles também podem passar pelas vias biliares, causando um mal-estar dolorido, mas passageiro, ou, simplesmente, obstruir o canal, quando acontecem as cólicas, vômitos e febres", prossegue o gastroenterologista.
Tratamento
O tratamento para os problemas de cálculo na vesícula podem ser feitos com medicação ou cirurgias. "Os medicamentos ajudam a dissolver a solução dentro da vesícula, evitando a formação de pedras. No entanto, leva de seis meses a um ano, é caro e nem sempre resolve o caso", explica o médico Paulo Olzon.
Diante disso, a remoção cirúrgica da vesícula, ou colecistectomia, é a opção preferida pela maioria dos médicos. "Essa escolha é feita porque as intervenções convencionais, que até alguns anos atrás pediam internação mínima de cinco dias e deixavam cicatriz de 20 a 30 cm de extensão, estando, portanto, mais sujeitas a complicações, foram deixadas de lado. Hoje, com a videolaparoscopia, intervenção feita por meio de miniincisões, com o auxílio de um sistema de vídeo, a cirurgia dura de duas a quatro horas, dependendo da anatomia do paciente, e a internação caiu para dois ou três dias. Os cortes têm apenas meio centímetro e a recuperação no pós-operatório é bem mais rápida", garante o infectologista.

Por que se formam pedras na vesícula?
A bile é formada por sais biliares e outras substâncias, entre as quais, o colesterol e pigmentos. Os cálculos na vesícula aparecem quando há um aumento do colesterol ou diminuição dos sais biliares na bile, tornando a mesma instável e permitindo, assim, a formação de cálculos de colesterol - colelitíase - conhecida popularmente como pedras na vesícula”. A formação das pedras podem levar de meses até anos. Nesta condição a vesícula não consegue mais liberar adequadamente a bile para o intestino. 
Por que o paciente sente fortes dores quando tem pedras na vesícula? A dor é sinal de maior gravidade?
Boa parte dos cálculos na vesícula pode apresentar-se por muito tempo sem sintomas. Outras vezes, o paciente pode ter apenas sintomas leves como enjoo e dificuldade de digestão depois de comer alimentos gordurosos. Entretanto, os cálculos podem obstruir a via de saída da vesícula biliar (veja ilustração), repentinamente, causando forte dor na região abdominal abaixo das costelas, à direita, com ou sem irradiação para ombro direito e, às vezes, até para o ombro esquerdo (quadro de cólica biliar). Também pode ocorrer inflamação da vesícula chamada de colecistite aguda.
De maior gravidade (maior letalidade) é a condição em que os cálculos migram e obstruem vias de saída da bile ou da secreção pancreática, colédoco ou papila duodenal (canal do pâncreas), também provocando pancreatite aguda que exige hospitalização – clique no link azul e leia o artigo sobre pancreatite.
Quais os tamanhos das pedras e quantas delas podem existir na vesícula do paciente?
Isso varia muito. As pedras podem ter desde 1 mm (tamanho de um grão de areia) até 15 cm.  Tem pacientes que podem ter apenas uma pedra enquanto outros podem ter mais de 1000. Cerca de 15% da população desenvolve pedras na vesícula ao longo da vida, e algumas pessoas nem sabem de sua existência pois não chegam apresentar sintomas.
Quais as consequências para o paciente? Pode-se viver sem a vesícula? A grande maioria dos indivíduos operados de vesícula (colecistectomizados — que retiraram a vesícula) nada sentem e podem, inclusive, levar uma vida absolutamente normal e outros órgãos como o fígado e estômago passam a exercer a função da vesícula. Complicações após o pós-operatório seria a  diarreia, que tende, gradativamente, a desaparecer.

Diagnóstico

Embora algumas pessoas não apresentam nenhum sintoma ou complicação, a pedra na vesícula é considerada um problema de saúde grave e precisa de tratamento o quanto antes. Isso porque quando os canais biliares estão obstruídos, pode surgir uma infecção, que gera acúmulo de líquido, com criação de bactérias e formação de pus, que leva ao apodrecimento da vesícula, que pode estourar e causar uma infecção generalizada.
Outra complicação comum é a icterícia (amarelão), que ocorre em questão de segundos, quando o fígado não consegue transferir a bile para o intestino e o líquido é absorvido pela corrente sanguínea. Por fim, se a pedra for parar no pâncreas, pode causar a pancreatite, que é outra condição que exige tratamento médico de urgência.
Sendo assim, o diagnóstico rápido é fundamental para o sucesso do tratamento. O médico vai avaliar o histórico do paciente, assim como vai solicitar exames de sangue e de imagem. O melhor exame para detectar pedras ou cálculos na vesícula é o ultrassom.

Tratamento

O tratamento vai depender da gravidade dos sintomas, entretanto, na maioria das vezes, a cirurgia para a retirada da vesícula é o tratamento mais adequado. É um procedimento relativamente simples, feito por laparoscopia, ou seja, são feitos pequenos cortes e com o auxílio de uma câmera o médico retira a vesícula.
Entretanto, o processo de recuperação pode demorar um pouco e o paciente demora, em média, 15 dias para voltar às atividades rotineiras, como trabalhar, estudar, etc. É preciso repousar e seguir as orientações médicas quanto à dieta. 

Alimentação para PEDRA na VESÍCULA


Sintomas da Pedra na Vesícula - Por Dr Fabio Atui 


2 comentários:

  1. Para uso da nossa imagem didática é necessário o link ativo da matéria original. Coloque na fonte o link ATIVO ou retire a imagem sob pena de denúncia ao Google. http://www.medicinamitoseverdades.com.br/blog/o-real-perigo-de-pedras-na-vesicula

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  2. Respeitando as leis de direitos autorais: ativar o link http://www.medicinamitoseverdades.com.br/blog/o-real-perigo-de-pedras-na-vesicula

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