domingo, 28 de maio de 2017

Pesquisa comprova: meditar reduz stress e risco de doenças inflamatórias


Pesquisa comprova: meditar reduz stress e risco de doenças inflamatórias


Um estudo científico feito pela Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, trouxe novas evidências de que a meditação, mais do que relaxar, tem efeitos positivos na saúde. A pesquisa, liderada pelo professor J. David Creswell, mostrou pela primeira vez que, ao contrário de um placebo, a prática é capaz de provocar alterações mentais que podem reduzir o stress e o risco de doenças inflamatórias, como as do intestino

Um dos problemas dos estudos científicos sobre meditação é metodológico: para apresentar resultados rigorosos e contundentes, os pesquisadores costumam utilizar um grupo controle na pesquisa – ou seja, participantes que, por exemplo, tomam um placebo enquanto outros recebem um medicamento. Assim os resultados dos dois grupos podem ser comparados ao final. Mas, como criar um efeito placebo com a meditação, uma atividade que os indivíduos normalmente têm consciência de estar praticando?
Para resolver essa questão, Creswell e sua equipe recrutaram 35 pessoas desempregadas, que estavam procurando vagas no mercado de trabalho, e, portanto, se encontravam em uma situação estressante. Os especialistas fizeram exames de sangue e neurológicos com os participantes e, em seguida, dividiram o grupo em dois. Metade dos indivíduos foi para um retiro e aprendeu a realizar práticas autênticas de meditação enquanto a outra metade foi submetida a uma meditação “enganosa” – técnicas de relaxamento capazes de distrair os participantes de suas preocupações (sendo este o efeito placebo).
Os indivíduos realizaram as atividades durante três dias, sendo examinados cinco minutos antes e depois de cada sessão. De acordo com a pesquisa, todos os integrantes se diziam mais animados e preparados para enfrentar o stress do desemprego ao final do período de testes. Contudo, apenas o cérebro dos participantes que realizaram a meditação autêntica apresentava diferenças. Esse grupo mostrava mais comunicação entre as áreas cerebrais que coordenam as respostas ao stress e as relacionadas a foco e calma. Após quatro meses, testes sanguíneos revelaram que o grupo que praticou a meditação ainda apresentava níveis reduzidos para os marcadores de doenças inflamatórias, ao contrário da porção que praticou as técnicas de relaxamento.
A equipe de especialistas acredita que os resultados são as primeiras evidências de que a meditação pode estar associada à redução do risco de doenças inflamatórias.
Respaldo científico – Difundida em toda a Ásia, a prática começou a se popularizar no ocidente durante os anos 1960. Até a década passada, no entanto, não contava com o aval da ciência. Nos últimos anos, com o avanço de técnicas como a ressonância magnética e a tomografica, os cientistas começaram a perceber que a meditação pode alterar o funcionamento de algumas áreas cerebrais que influenciam no equilíbrio do organismo, trazendo impactos concretos e positivos na saúde.

Iniciada na Índia e difundida em toda a Ásia, a prática começou a se popularizar no ocidente com o guru Maharishi Mahesh Yogi, que nos anos 1960 convenceu os Beatles a atravessar o planeta para aprender a meditar. Até a década passada, não contava com respaldo médico. Nos últimos anos, os pesquisadores ocidentais começaram a entender por que, afinal, meditar funciona tão bem, e para tantos problemas de saúde diferentes. “Com a ressonância magnética e a tomografia, percebemos que a meditação muda o funcionamento de algumas áreas do cérebro, e isso influencia o equilíbrio do organismo como um todo”, diz o psicólogo Michael Posner, da Universidade de Oregon.
A meditação não se resume a apenas uma técnica: são várias, diferindo na duração e no método (em silêncio, entoando mantras etc.). Essas variações, no entanto, não influenciam no resultado final, pois o efeito produzido no cérebro é parecido. Na prática, aumenta a atividade do córtex cingulado anterior (área ligada à atenção e à concentração), do córtex pré-frontal (ligado à coordenação motora) e do hipocampo (que armazena a memória). Também estimula a amígdala, que regula as emoções e, quando acionada, acelera o funcionamento do hipotálamo, responsável pela sensação de relaxamento.
Não se trata de encarar a meditação como uma panaceia universal, os estudos mostram também que ela tem aplicações bem específicas. Mas, ao contrário de outras terapias alternativas que carecem de comprovação científica, a meditação ganha cada vez mais respaldo de pesquisas realizadas por grandes instituições.
Hoje, os estudos sobre os benefícios da meditação estão concentrados em seis áreas.

 1. Redução do stress



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